quarta-feira, 10 de julho de 2013

O Encontro

O ENCONTRO



Desafiar o destino é inerente ao jovem que quer descobrir seu próprio caminho e enfrentar seus desafios. 
Qual pai ou mãe não gostaria de ter a magia de abrir a mente de seus filhos amados e depositar lá seus conhecimentos e experiências a fim de poupá-los de decepções?
Mas a vida é sábia e aos pais não foi dado esse dom. É preciso que cada um trilhe seu caminho, encare seus fantasmas, atravesse seus desertos e enfrente suas tempestades.
A experiência de vida vem desta caminhada. As dores vividas, os desamores, os erros e acertos são o torno que dá acabamento à peça que está se formando.
E as peças são muitas, diferentes e fantásticas. E é essa diversidade de pessoas que faz do mundo um lugar incrível de se viver.
Porém, havia uma pessoa que, desde muito cedo, tinha a certeza do que não deveria viver. Mas vá entender os desmandos desta mente jovem, que queria desafiar o mundo?
E ela foi e viveu. Afinal, tudo poderia dar certo. Mas o que é “dar certo”?
Dar certo pode ser a realização profissional, um casamento bem sucedido, filhos inteligentes e bem encaminhados. Pode ser tudo isso junto ou separado, não é mesmo? Será? 
E se os erros, uma escolha profissional mal feita, um casamento infeliz ou insosso, filhos com destinos menos felizes forem considerados os acertos de uma vida? Loucura? Talvez não.
Talvez seja o despertar para a vida de verdade. Seja a força propulsora para a descoberta da realidade.
Esse nosso amigo passou por uma dessas experiências e logo recebeu a faixa do “não deu certo”. Ele poderia se acomodar, considerar-se vítima das próprias escolhas e viver assim, para o resto da vida que não “deu certo”.
Mas ele sabia que não era bem assim. Havia nele uma energia tal qual a de uma fênix, que sempre renasce das próprias cinzas.
E foi essa energia, aliada a uma forte percepção de que algo havia ainda para ser vivido, que fez com que ele partisse em busca de um novo e desconhecido caminho.
Algo muito forte sinalizava em sua alma. Ele não sabia a o que era. Ouvia, sentia e procurava sem saber o que exatamente buscava.
Passaram-se muitos anos. Mais descaminhos. Mais decepções. Mas algo crescia dentro dele: uma certeza absolutamente incerta.
Ele, enfim, encontrou o que buscava. 
- Assim, tão fácil? 
E quem disse que foi fácil? 
- E o que era?
Ah, meu caro! Era algo que não se explica. Era um momento, senão vários momentos. Era o encontro com a vida. Um oásis. Uma fonte de energia. O infinito dos seus olhos, a sintonia do seu corpo, o encontro da sua pele.
Algo inexplicável, que desde muito jovem ele conhecia sem saber, buscou sem direção e encontrou em meio a uma vida dada como errada.
- E é esse o final da história? 
Qual nada! Esse é o começo da verdadeira história, do encontro com a vida, da real vivência da alma em sua plenitude. 
Lysia Gouvêa